domingo, 3 de janeiro de 2010

Alma Desnuda



Alma Desnuda


Eu me permito...
Ser lambida pela brisa
Ser lavada pela chuva
Acariciar sua pele lisa
Saborear seu beijo com gosto de uva!

Eu me permito...
Ser banhada pelo mar
Ser aquecida pelo sol
Envolver-me em seus braços e te amar
Na hora do arrebol!

Eu me permito...
Voar nas asas do vento
Flutuar junto à lua
Desvendar seus pensamentos
Deixar minha alma nua!

Eu me permito...
Ouvir a sua metade que é grito
E o silêncio da outra metade
No silêncio eu acredito
No grito, percebo debilidade!

Eu me permito...
Entregar-me a sua humana ternura
Navegar na sua inspirada poesia
Lambuzar-me na sua doçura
Nos devaneios da fantasia!

Eu me permito...
Ser envolvida pela sua sedução
Dar-te o direito de invadir meu coração
Sentir seu encanto versejado
Deste meu vício desejado!

E só permito...
Porque você também me permitiu...
Mostrou-me o seu avesso...
Seu amor que eu mereço...
O seu vinho embriagante...
Numa noite alucinante...
Entre gemidos ofegantes!...

E nesta recíproca permissão
Corpos plenos...
Almas desnudas...
Cumplicidade...
Paz!

Carmen Vervloet

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