Intruso
O sonho não bateu à porta!
Abriu caminho por entre insónias,
com a ousadia das borboletas, que adormecem
na erva já ressequida, depois do último beijo.
Como sempre veio de imprevisto,
veloz como o voo de um pássaro,
silencioso como uma carícia.
Entrou sem que eu soubesse
e envolveu-me em volúpia e silêncio…
Quando dei por ele, embargou-me a voz.
Estendi a minha mão à noite,
inventei a cor dos seus suspiros,
mas esqueci a cor dos seus olhos…
Apenas sei que escreveu poemas no meu corpo,
diluiu-se na minha seiva
e tal como chegou… partiu!
Mas ficou o sabor de um beijo na minha boca!
Albino Santos
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