segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Ao amor maduro



Agora, quando a pele não mais revela o viço
Da juventude que rápido demais passou.
Agora, quando o corpo já demonstra mais
Sinais de cansaço do que curvas mirabolantes.
Agora, quando já pensava mais na tranqüilidade
Dos dias sem desatinos, nem rebeldias.
Agora é que te encontro...
Antes, quando meus dias eram uma busca desenfreada
Por encontrar-te,
Apenas passageiras paixões se revelavam:
Noites de sexo ardente sucedidas
Sem, no entanto, te mostrares.
Contudo, eu te buscava,
E, na ânsia da procura,
Eu me entregava.
Mas, não,
Não vinhas...
Eras apenas a miragem
Do meu próprio desejo.
Quando, por fim,
Eu me aquietei,
Quis apenas ficar
Comigo mesma.
Quando resolvi
Não mais buscar,
Nem me entregar,
Nem arriscar,
Chegaste.
A princípio, nem te enxerguei,
Talvez meus olhos cansados
Nem te quisessem ver.
Mas vieste...
Calmo,
Tranqüilo,
Doce,
Sem o arroubo das paixões insanas,
Ou infindáveis noites,
Perdido entre lençóis de linho...
Vieste,
e num súbito,
Te apoderaste da alma minha.
Hoje, me tens de todo.
Ouço tua voz em mim
A sussurrar segredos.
Contas que sempre estiveste
Pronto,
A minha espera.
Mas eu havia me perdido
Em estradas circundantes e escuras.
Hoje, eu te sei.
Eu te sinto.
Amor maduro,
Calmo,
Sem pressa,
Apenas,
Sendo
E deixando ser.

Yasmynzinha

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