Quem sabe...
Quem sabe...
Quem sabe
uma nova manhã se abra
num leque surreal
de cores inimagináveis
e raios de sol transpassem
por frestas de janelas entreabertas
convidando a sonhar,
a sorrir, a viver, a amar...
Quem sabe
a dor já nem mais exista,
o pranto não seja tão triste,
somente lágrimas de tanto rir
agora insistam em vir
a pincelar o rosto,
colorindo a última lágrima de desgosto.
Quem sabe
as amarguras
se afoguem no mar
a se abrir de imediato,
deixando-as passar,
fechando no momento exato,
impedindo-as de voltar.
Quem sabe
correntes de águas cintilantes
banhem de luz a esperança
clareando o verde musgo pesado
que o mundo tem carregado
e o verde fique mais brando
reativando a semente
de um novo acreditar.
Carmen Lúcia
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